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Está em marcha um movimento para colocar fim à intervenção nos morros


Em várias áreas ocupadas pelo Exército a população está saindo às ruas para protestar e pedir a saída das tropas

A imprensa capitalista e o governo têm tentado ocultar o verdadeiro caráter das mobilizações da população dos morros cariocas. As diversas manifestações que se intensificaram nos últimos dias para expulsar as tropas militares das favelas têm sido apresentadas como uma tentativa dos traficantes de retomar o controle do local. Ou ainda, apresentam as manifestações como sendo algo isolado e não como uma revolta generalizada contra a política dos governos Sérgio Cabral e Dilma Rousseff.  
 
A tentativa de desvirtuar o caráter dos protestos pode ser visto por dois fatos: um deles é o número de boletins de ocorrência registrados por policiais contra moradores por desacato à autoridade, uma clara demonstração do descontentamento com a presença deles nestas comunidades.  Outro fator é o elevado número de protestos que aconteceram recentemente em diversos morros como no Turano, Pavão Pavãozinho, Cantagalo e Santa Marta.  

Por isso, é preciso apoiar integralmente esses protestos, que são que a expressão do descontentamento da população com a política repressiva imposta pelo governo. 

As Unidades de Polícia Pacificadora surgiram no Rio de Janeiro, em 2008. No entanto, ganharam força após o governo Lula autorizar em novembro de 2010 o uso de tropas militares na invasão do Complexo de Favelas do Morro do Alemão. Desde o início, o projeto das UPP’s, que utilizavam soldados da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro, em particular os do Bope (Batalhão de Operações Especiais), estão diretamente ligadas à especulação imobiliária. O plano consiste em ocupar a favela e promover a remoção dos moradores se utilizando de vários pretextos como a construção de casas sem licença, por exemplo. E, desta forma, ir entregando a área para as construtoras.
Este é o verdadeiro motivo da presença do Exército nestas áreas. As tropas têm atuado exercendo uma enorme repressão contra os moradores. Em primeiro lugar, o fato do Exército realizar uma função de polícia já é algo inconstitucional, pois tal medida somente pode ser adotada mediante intervenção federal, o que não aconteceu no Rio de Janeiro. 

Em segundo lugar, o Exército tem sido denunciado pelos moradores por ter liquidado o pouco que restava de um Estado de Direito no Rio. São freqüentes as denúncias de agressões durante as revistas nas entradas e saídas das favelas, invasões de domicílios sem ordem judicial, execuções sumárias etc. 

Como resposta a estes ataques os governos Cabral e Dilma têm intensificado a repressão nos morros. Em resposta aos protestos, os morros da Baiana e do Adeus, vizinhos ao Complexo do Alemão, também foram invadidos. Além disso, foram enviados mais tanques do Exército brasileiro e mais 200 soldados para o Complexo do Alemão. 

A revolta da população está colocando em xeque a política do governo de remover a população pobre e por este motivo deve ser apoiada de forma incondicional.

Fonte: PCO

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