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Movimentos populares ocupam dez edifícios abandonados em SP


Nos últimos três dias, dez imóveis abandonados em diferentes regiões de São Paulo foram ocupados em uma ação coordenada por organizações dos movimentos de sem-teto da capital. As ocupações ocorreram todas durante a madrugada, iniciadas na noite de segunda-feira.


Ao todo, cerca de 3.500 pessoas teriam participado das ocupações, realizadas em terrenos e edifícios lacrados na região sul, leste e central de São Paulo. Todos os imóveis pertencem à prefeitura e estão há anos sem qualquer utilização.


Coordenando estas ocupações estariam 14 diferentes grupos de movimentos populares. Eles protestam contra a quebra dos compromissos firmados entre a prefeitura e os moradores sem-teto que reivindicam moradia. Somente no centro da cidade, quatro prédios abandonados foram ocupados em uma ação surpresa antes da chegada da polícia.

O movimento exige que a prefeitura e o governo do estado destine um conjunto de edifícios abandonados para atender a demanda por residências populares. Tais ações são uma resposta da população sem-teto à total ausência de políticas públicas da prefeitura para atender esta parcela da população. Ao contrário, a política atual da prefeitura de Gilberto Kassab é entregar estes imóveis para grandes empreiteiras e imobiliárias com fins à especulação imobiliária.



Ao todo, cerca de 3.500 pessoas teriam participado das ocupações, realizadas em terrenos e edifícios lacrados na região sul, leste e central de São Paulo. Todos os imóveis pertencem à prefeitura e estão há anos sem qualquer utilização.Coordenando estas ocupações estariam 14 diferentes grupos de movimentos populares. Eles protestam contra a quebra dos compromissos firmados entre a prefeitura e os moradores sem-teto que reivindicam moradia. 


Somente no centro da cidade, quatro prédios abandonados foram ocupados em uma ação surpresa antes da chegada da polícia.O movimento exige que a prefeitura e o governo do estado destine um conjunto de edifícios abandonados para atender a demanda por residências populares. Tais ações são uma resposta da população sem-teto à total ausência de políticas públicas da prefeitura para atender esta parcela da população. Ao contrário, a política atual da prefeitura de Gilberto Kassab é entregar estes imóveis para grandes empreiteiras e imobiliárias com fins à especulação imobiliária.

Luta por moradia
Sem teto organizam ocupações em São Paulo

Milhares de ativistas mantem a ocupação de 10 imóveis na região central da capital paulista


13 de novembro de 2011

Milhares de sem teto ocuparam pelo menos dez prédios no centro de São Paulo. A mobilização aconteceu na madrugada da última segunda-feira

A primeira ocupação aconteceu em um conjunto de dois prédios na Rua Tabatinguera, na região central de São Paulo, por volta da 0h. Os imóveis deveriam atender famílias de sem-teto, mas as obras foram interrompidas.

Como protesto, outros ativistas ocuparam um prédio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) na zona Leste de São Paulo.

Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –, mais de 52 milhões de pessoas vivem no Brasil em assentamentos precários, sendo que 15,6 milhões vivem sem água encanada, 34,6 milhões sem esgoto ou fossa séptica e 5,2 milhões sem serviços de coleta de lixo.


O próprio IBGE reconhece que o “déficit habitacional projetado em sete milhões de residências praticamente seria resolvido pelo número de casas vazias, abandonadas, ou em construção que somam seis milhões de unidades”. Na cidade de São Paulo, o número de domicílios vagos seria mais que suficiente para resolver esse déficit. Existem na capital, 290 mil imóveis que não são habitados e segundo registro da Secretaria Municipal de Habitação, 190 mil famílias que não tem onde morar.


O problema da moradia persiste porque é uma questão política.

A prefeitura der São Paulo encabeçada pelo mini-ditador Kassab esta sob o controle das empreiteiras e grandes capitalistas.

No ano passado, o prefeito e os vereadores da cidade de São Paulo aprovaram o projeto de Concessão Urbanística. A concessão garante as empreiteiras o poder de desapropriação e obras de revitalização para revender unidades com fins lucrativos, mediante cobrança de tarifas, redução de impostos.

Esta ditadura ataca os direitos essenciais da população, como moradia, para atender os interesses das empreiteiras que lucram em detrimento da miséria da população.

A luta pela moradia é uma luta central contra a ditadura da burguesia. A mobilização dos milhares de sem-teto que ocuparam os prédios no cento de São Paulo expressa à tendência de luta presentes em diversas partes do país como as greves e manifestações de trabalhadores e da juventude.


Fonte:  PCO

O que está por trás da tentativa de dividir o Pará?

No dia 11 de dezembro os 4.675.330 eleitores do estado do Pará irão às urnas para decidir sobre o futuro desta unidade da Federação que hoje, em termos territoriais, é a segunda maior do país. Desde o dia 13 de setembro a campanha dos defensores e daqueles que se opõe à divisão do território já está sendo feita com panfletos e comícios e, a partir do dia 11 de novembro, começarão as propagandas no rádio e na TV. Será a primeira vez na história do País que o fracionamento de um estado será decidido pelo voto. Nas vezes anteriores, a decisão foi tomada pelo governo federal como aconteceu com a criação do estado do Tocantins, em 1989, e do Mato Grosso do Sul, em 1979, durante a ditadura. 

Se a proposta da divisão territorial for vencedora, o Pará será separado em três e teremos a criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós. 

O estado de Carajás com 296.620 km abrangeria 39 municípios, sendo a futura capital a cidade de Marabá e teria uma população estimada em 1 milhão e 650 mil habitantes. Já o estado de Tapajós teria uma área de 736. 732 km, com 27 municípios e uma população estimada de 1 milhão e 300 mil habitantes. 

No entanto, ao contrário do que afirmam os apoiadores da divisão do estado, uma frente que envolve quase todos os partidos burgueses como DEM, PSDB, PTB), a nova configuração territorial não tem relação apenas com questões administrativas. Uma das alegações para a divisão seria a maior facilidade para administrar as regiões e os recursos seriam mais bem distribuídos. A divisão do Pará, no entanto, está ligada diretamente à questão da mineração, em particular a ofensiva das empresas do setor para exportar produtos como manganês, ouro, cobre, níquel etc. O que adquire uma importância a mais neste momento em que o governo procura apoiar o “crescimento econômico” brasileiro na exportação de commodities. Também é importante ressaltar que está no Pará, onde poderá ser o futuro estado de Tapajós, a usina de Belo Monte que, apesar da maioria dos opositores do projeto destacarem apenas os problemas ambientais envolvendo a obra, tem como questão principal uma política do governo de exploração mineral em terras indígenas na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu. 

Uma nova corrida pelo ouro 

As duas regiões em questão (os possíveis estados de Carajás e Tapajós) são locais muito pouco povoados, mas concentram boa parte da biodiversidade do planeta, possibilitando um enorme desenvolvimento da atividade mineradora e de exportação de grãos através da expansão das fronteiras agrícolas. Somente no local onde está o futuro de estado de Tapajós, 73,5% dos 732.548Km são constituídos por reservas florestais.  

Na área de Carajás, por exemplo, estão instalados um dos pólos de mineração da Vale do Rio Doce e o pólo de Siderurgia de Marabá. Também está localizado nesta área o antigo garimpo de Serra Pelada, que no começo dos anos 80 se transformou em um ponto de peregrinação para garimpeiros de todo o país que buscavam ouro na região. 

Inclusive, foi anunciado recentemente que o garimpo de Serra Pelada, localizado no município de Curionópolis e desativado desde 1992, será novamente aberto para a exploração no ano que vem. Apesar de já ter sido extraído 30 toneladas de ouro do local (segundo dados oficiais) estima-se que ainda existam cerca de 50 toneladas de metais preciosos, principalmente ouro, platina e paládio. 

O mesmo ocorre na região que pode virar o estado de Tapajós. Nos últimos anos foram registrados centenas de pedidos de autorização para pesquisa minerária. Na sua maioria, estas áreas estão dentro de reservas indígenas na região do Rio Xingu, próximos a usina de Belo Monte. Somente na região de Altamira, próximo da localização da usina de Belo Monte, estão instaladas 18 empresas com requerimento para pesquisa, sendo que sete já possuem autorização. Entre elas está a Vale do Rio Doce que já tem até requerimento para a exportação de ouro. 

Esta procura se intensificou em meados da década passada quando foi anunciada a descoberta de jazidas de bauxita, caulim, manganês, ouro cassiterita, cobre, níquel, nióbio (utilizado em usinas nucleares), urânio, entre outros minerais nobres. 

Uma política para aprofundar o atraso nacional 

No entanto, todas estas riquezas naturais não irão servir para desenvolver o país, nem o estado do Pará, nem os estados de Carjaás e Tapajós . E este fato decorre principalmente de dois fatores.  

Em primeiro lugar, a exportação de commodities, produtos de origens primárias, como estes que são explorados no Pará, tem sido o grande carro chefe da economia nacional se aproveitando da valorização da moeda brasileira e da elevação deste tipo de produto no mercado internacional. 
No entanto, esta política apenas aprofunda a condição do Brasil de país semicolonial, pois faz dele um mero exportador de matérias primas, incapaz de desenvolver sua própria indústria e competir no mercado mundial com as empresas dos países imperialistas. 

Neste sentido, a “corrida pelo ouro” que estamos assistindo no Pará irá aprofundar o processo de destruição do parque industrial brasileiro colocado em prática pela política neoliberal, especialmente após os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Não por acaso, uma das principais interessadas na divisão do Pará é justamente a Companhia Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo, privatizada pelo PSDB em 1997, por um valor muito abaixo do que ela realmente valia. Não por acaso, a Vale do Rio Doce, junto com o grupo Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas, adquiriu grandes porções de terras na área no local do futuro estado de Carajás. 

Mas Carajás e Tapajós não seriam beneficiados nem mesmo com os royelties oriundos da exportação. 

A direita que defende a divisão procura apresentar isto como uma vantagem obtida pelos novos estados por meio da Compensação Financeira pela Exportação de Recursos Minerais (CFEM), um imposto calculado sobre o valor do produto líquido do produto mineral vendido. No entanto, a CFEM corresponde a apenas 1% do valor comercializado, o que impede regiões que hoje são pouco habitadas, sem infraestrutura, se sustentar tendo como base a exploração mineral. 

Além disso, os projetos de mineração não agregam valor, uma vez que os produtos não são industrializados, sendo exportados de forma primária, diminuindo os valores repassados para a região e não possibilitando o desenvolvimento industrial desta área. O que temos neste caso é apenas uma política de rapina, sem qualquer contrapartida. 

Em segundo lugar, a exploração destes recursos será feito majoritariamente por empresas estrangeiras. O garimpo de Serra Pelada, por exemplo, foi entregue para a empresa canadense Colossus, que pretende extrair do local até três toneladas de recursos minerais por ano. A própria Vale do Rio Doce possui, segundo fontes oficiais, 64% de suas ações ordinárias nas mãos de estrangeiros, sem contar as inúmeras denuncias de que existiriam empresas “testas de ferro” que camuflariam uma presença muito maior de empresas de países imperialistas na antiga estatal. 

Ou seja, por trás da política de divisão do Pará se escondem principalmente as grandes empresas mineradoras que pretendem lucrar com as reservas do estado, estimadas há alguns anos em R$ 337 bilhões. Por este motivo, é preciso denunciar esta política de divisão do estado como sendo um aprofundamento das entregas das riquezas brasileiras aos capitalistas, formado na sua maioria por grandes monopólios imperialistas. A divisão do Pará em três pretende isolar a região situada próxima a capital Belém, onde está a maioria da população, do resto do Estado. Estas novas unidades federativas, pouco povoadas, seriam entregues aos especuladores que controlam as empresas de mineração, aprofundando a pobreza na região.

Fonte: PCO

Comissão da Meia Verdade, ou a volta da “conciliação nacional” de Tancredo

Pedro Estevam da Rocha Pomar* 
 
Aos desavisados, pode ter parecido que a aprovação do PL 7.376/2010 pela Câmara dos Deputados, na noite de 21 de setembro, foi uma vitória da democracia. Afinal de contas, o projeto impôs uma derrota aos setores de extrema-direita representados por parlamentares como o ex-capitão Jair Bolsonaro. Afinal de contas, dirão os otimistas, conseguiu-se criar a Comissão Nacional da Verdade, antiga reivindicação de ex-presos políticos e de familiares de desaparecidos políticos.

Ocorre que a Comissão Nacional da Verdade — na configuração em que foi aprovada e caso o Senado mantenha inalterado o texto do projeto — tende a resultar em mero embuste, um simulacro de investigação, tais as limitações que lhe foram impostas. Será preciso enorme pressão dos movimentos sociais para que ela represente qualquer avanço em relação ao que já se sabe dos crimes cometidos pela Ditadura Militar, e, particularmente, para que obtenha qualquer progresso em matéria de punição dos autores intelectuais e materiais das atrocidades praticadas pelos órgãos de repressão política.

A verdade pura e simples é que o acordo mediante o qual o governo aceitou emendas do DEM, do PSDB e até do PPS, mas rejeitou sem apelação e sem remorsos as diversas emendas propostas pela esquerda e pelos movimentos sociais, é a renovação da transição conservadora de Tancredo Neves. O acordo que selou a “conciliação nacional”, celebrado nos estertores da Ditadura entre o líder do conservadorismo civil e a cúpula militar, foi preservado por Lula e acaba de ser repaginado e remoçado por Dilma Roussef. Os militares são intocáveis, não importa que crimes tenham cometido, e seus financiadores e ideólogos civis idem.

Não foi por outra razão que o líder do DEM, deputado ACM Neto, subiu à tribuna ao final da sessão, minutos antes da votação decisiva, para elogiar “a boa fé e o espírito público” da presidenta da República. “O Democratas está pronto para votar, pronto para dizer sim à História do Brasil”, acrescentou gloriosamente. O deputado Duarte Nogueira, líder do PSDB, também comportou-se à altura da ocasião. Depois que o líder do governo, deputado Candido Vaccarezza, dispôs-se a incorporar uma emenda conjunta da deputada Luiza Erundina e do PSOL, Nogueira elegantemente pediu a palavra para objetar e declarar inaceitável o seu teor. Foi o que bastou para o líder do governo imediatamente recuar.

Muito sintomático do tipo de acordo que se arquitetou, e do papel que se pretende reservar à Comissão Nacional da Verdade, foram as repetidas homenagens que ACM Neto, Vaccarezza e até o líder do PT, deputado Paulo Teixeira, prestaram ao ex-ministro Nelson Jobim e ao seu assessor José Genoíno. Estes dois personagens foram os leva-e-traz dos altos comandos das Forças Armadas nas “negociações” entre estas e o governo ao qual deveriam prestar obediência. O líder do governo foi mais longe em suas demonstrações de subserviência e chegou a agradecer expressamente aos comandantes militares.

Na tribuna, o deputado Paulo Teixeira fraudou a história ao declarar que, “como todos sabem”, as violações ditatoriais “foram praticadas entre 1968 e 1980”! Portanto, não houve golpe militar nem qualquer atrocidade entre 1964 e 1968. Gregório Bezerra não foi arrastado seminu pelas ruas de Recife. Os militantes das ligas camponesas não foram executados pela repressão. Comunistas não foram presos e torturados na Bahia. O tenente-coronel aviador Alfeu de Alcântara Monteiro não foi assassinado na Base Aérea de Canoas, e o sargento Manoel Raimundo Soares não foi atirado, de mãos amarradas, nas águas do Guaíba. Nada disso. E, para arrematar, o líder do PT citou a boa tese de Tancredo: a “conciliação nacional”, a ser propiciada pela Comissão Nacional da Verdade.

O setor da esquerda que embarcou no acordo para manter viva a Ditadura acredita piamente que não é possível, nem desejável, avançar um milímetro em punições, porque a correlação de forças está dada, ad eternum, desde a transição. Nisso, consegue apequenar-se perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, ao julgar o caso da Guerrilha do Araguaia, decretou que “as disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos” e que “são inadmissíveis as disposições de anistias, as disposições de prescrição e o estabelecimento de excludentes de responsabilidade, que pretendam impedir a investigação e punição dos responsáveis por graves violações dos direitos humanos, como tortura, as execuções sumárias, extrajudiciárias ou arbitrárias e os desaparecimentos forçados”.

Mas qual será mesmo a finalidade da Comissão Nacional da Verdade, se contar com apenas sete membros, alguns dos quais poderão ser até militares; se não dispuser de autonomia financeira; se tiver de investigar quatro décadas em apenas dois anos; se for sujeita ao sigilo; e, finalmente, se não puder remeter suas conclusões ao Ministério Público e à Justiça, para que os autores dos crimes e atrocidades cometidos pela Ditadura Militar sejam julgados e processados na forma da lei?

A resposta é uma só. Na visão desse setor que envergonha a memória dos heróis tombados na luta contra a Ditadura, ela foi assim enunciada pelo ex-ministro Nilmário Miranda: “O objetivo principal da Comissão da Verdade é produzir um relatório que seja base para os currículos escolares. Essa que é a grande novidade, nunca tivemos isso na história do Brasil”.

Fonte: PCB

CCJ do Senado aprova projeto que altera o Código Florestal

Relator Luiz Henrique (PMDB-SC) prometeu conversar com “um por um dos senadores” para aperfeiçoar o texto nas próximas comissões.

O projeto de lei que promove mudanças no Código Florestal Brasileiro foi aprovado nesta quarta-feira (21) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, primeira das quatro comissões onde tramitará antes de seguir para apreciação do plenário. Após quatro horas de debates, a maioria dos senadores da CCJ acatou o voto de confiança solicitado pelo relator, Luiz Henrique (PMDB-SC), para que eventuais mudanças no mérito do texto fossem discutidas nas comissões de Ciência e Tecnologia, Agricultura e Meio Ambiente.

Luiz Henrique prometeu conversar com “um por um dos senadores” para debater o projeto e aperfeiçoar o texto. Um dos principais itens ressalvados pelos senadores foi o estabelecimento de pontos considerados de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental, que poderão ser objeto de intervenção ou supressão de vegetação em áreas de preservação permanente (APPs).

Outra questão que os membros da CCJ acham que precisa de mais discussão é o que dá aos governadores, além do presidente da República, o poder de disciplinar os casos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental, com base nas normas que o senador inseriu no projeto.

Um dos mais críticos ao parecer de Luiz Henrique, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a permissão de ocupações de APPs até 2008, a chamada anistia, “beneficia desmatadores e abre caminho para novos desmatamentos”. Lindbergh também manifestou insatisfações com a correção de problemas de constitucionalidade que, a seu ver, deixaram de ser feitas na CCJ.

Essa preocupação foi colocada por outros senadores, como Pedro Taques (PDT-MT). Para ele, da forma que está, o projeto mantém a insegurança jurídica e transfere para o Judiciário uma decisão que cabe ao Congresso. “Devemos votar, sim, o projeto, mas não com inconstitucionalidade, disse Taques, que só aceitou votar a matéria após receber a garantia de Luiz Henrique que esses pontos serão revistos nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, onde também relata o projeto de Código Florestal.

No PSDB, a iniciativa do relator de delegar competências de legislação ambiental a prefeitos e governadores foi bem vista. “Não tenho medo da descentralização de muitas decisões. Essa é uma experiência democrática, descentralizadora, para discutir a lei geral, quando formos votá-la. Essa é uma lei geral que pode conviver bem com leis estaduais e municipais”, resumiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Logo no início da reunião da CCJ, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou voto em separado que derrubaria o parecer do relator. No entanto, com o apoio maciço à proposta de Luiz Henrique, o requerimento do senador sequer foi apreciado.

Operários do Mineirão paralisam atividades

Trabalhadores prometem cobrar as demandas da presidenta Dilma, que estará em Belo Horizonte nesta sexta.

Os operários que trabalham na modernização do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte (MG), paralisaram as atividades nesta quinta-feira (15). Pela manhã, eles fizeram uma manifestação dentro do canteiro de obras pedindo reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

Os trabalhadores prometem cobrar pessoalmente as demandas da presidenta Dilma Rousseff, que estará na capital mineira nesta sexta-feira (16). Dilma participará da cerimônia de abertura da contagem regressiva de mil dias para o início do Mundial. A comemoração também deverá contar com a presença do ministro do Esporte, Orlando Silva, de Pelé e de representantes da Fifa que, depois da festa, visitarão o estádio e outras obras de mobilidade urbana em Belo Horizonte.

Eles reivindicam melhores condições de trabalho e o cumprimento do acordo firmado depois da primeira paralisação, ocorrida em junho e que durou cerca de uma semana. Na época, os trabalhadores negociaram melhores condições de trabalho com o grupo Minas Arena, formado pelas empresas Construcap S.A. Indústria e Comércio, Egesa Engenharia S.A. e Hap Engenharia Ltda. Eles pediam reajuste salarial de R$ 925 para R$ 1200, para pedreiros, e de R$ 605 para R$ 1000 para ajudantes.

Além do reajuste salarial, os operários pedem aumento no vale-refeição, plano de saúde e assistência estendidos às suas famílias e melhorias nos banheiros e chuveiros da obra.

Cerca de 1,3 mil pessoas trabalham na reforma do estádio, considerado um dos mais adiantados na preparação para o evento e candidato a receber a abertura do Mundial.

No Rio de Janeiro, os trabalhadores da reforma do Maracanã estão paralisados há 15 dias. Eles pedem assistência médica para o turno da madrugada e alimentação em condições adequadas. Nesta sexta-feira (16), o Tribunal Regional do Trabalho julgará uma ação movida pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, responsável pelas obras, que questiona a legalidade da greve.

Está em marcha um movimento para colocar fim à intervenção nos morros


Em várias áreas ocupadas pelo Exército a população está saindo às ruas para protestar e pedir a saída das tropas

A imprensa capitalista e o governo têm tentado ocultar o verdadeiro caráter das mobilizações da população dos morros cariocas. As diversas manifestações que se intensificaram nos últimos dias para expulsar as tropas militares das favelas têm sido apresentadas como uma tentativa dos traficantes de retomar o controle do local. Ou ainda, apresentam as manifestações como sendo algo isolado e não como uma revolta generalizada contra a política dos governos Sérgio Cabral e Dilma Rousseff.  
 
A tentativa de desvirtuar o caráter dos protestos pode ser visto por dois fatos: um deles é o número de boletins de ocorrência registrados por policiais contra moradores por desacato à autoridade, uma clara demonstração do descontentamento com a presença deles nestas comunidades.  Outro fator é o elevado número de protestos que aconteceram recentemente em diversos morros como no Turano, Pavão Pavãozinho, Cantagalo e Santa Marta.  

Por isso, é preciso apoiar integralmente esses protestos, que são que a expressão do descontentamento da população com a política repressiva imposta pelo governo. 

As Unidades de Polícia Pacificadora surgiram no Rio de Janeiro, em 2008. No entanto, ganharam força após o governo Lula autorizar em novembro de 2010 o uso de tropas militares na invasão do Complexo de Favelas do Morro do Alemão. Desde o início, o projeto das UPP’s, que utilizavam soldados da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro, em particular os do Bope (Batalhão de Operações Especiais), estão diretamente ligadas à especulação imobiliária. O plano consiste em ocupar a favela e promover a remoção dos moradores se utilizando de vários pretextos como a construção de casas sem licença, por exemplo. E, desta forma, ir entregando a área para as construtoras.
Este é o verdadeiro motivo da presença do Exército nestas áreas. As tropas têm atuado exercendo uma enorme repressão contra os moradores. Em primeiro lugar, o fato do Exército realizar uma função de polícia já é algo inconstitucional, pois tal medida somente pode ser adotada mediante intervenção federal, o que não aconteceu no Rio de Janeiro. 

Em segundo lugar, o Exército tem sido denunciado pelos moradores por ter liquidado o pouco que restava de um Estado de Direito no Rio. São freqüentes as denúncias de agressões durante as revistas nas entradas e saídas das favelas, invasões de domicílios sem ordem judicial, execuções sumárias etc. 

Como resposta a estes ataques os governos Cabral e Dilma têm intensificado a repressão nos morros. Em resposta aos protestos, os morros da Baiana e do Adeus, vizinhos ao Complexo do Alemão, também foram invadidos. Além disso, foram enviados mais tanques do Exército brasileiro e mais 200 soldados para o Complexo do Alemão. 

A revolta da população está colocando em xeque a política do governo de remover a população pobre e por este motivo deve ser apoiada de forma incondicional.

Fonte: PCO