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Poesia dedicada à comunidade indígena da reserva do Bananal (Santuário dos Pajés)



DEDICATÓRIA
À comunidade indígena da reserva do Bananal [Santuário dos Pajés] – pela força de luta que vem da terra e do Grande Espírito. Mesmo com toda a força institucional os pressionando, estes guerreiros são exemplos de identidade e amor à terra, ao verdadeiro verde, e às suas culturas. Não se entregam e continuam a afirmar:
O SANTUÁRIO NÃO SE MOVE!
AWIRI!

Chamaram índio de posseiro

Chamaram índio de posseiro
Mas índio não chama terra de posse
A relação aqui que se distorce

A terra é mãe
E como filhos, a gente não a vende nem a compra
A gente a ama
Ama e defende
Incondicionalmente
Porque sabe que mais filhos virão

E para a vida existir, tem que deixar a vida existir
Mas a certeza é invadida pela especulação
E ainda temos que ouvir os donos do poder
Pronunciando o sustentável, a bioconstrução
Balela pra boi dormir,
Discurso de apropriação.

Prédio verde é prédio igual
Ferro, concreto, aço, dinheiro ....comercial
Arrancam a mata nativa, fazem esgoto e fincam coqueiros
No lugar dos bichos, correm os carros.
Mas é tudo verde
pra fingir que é natural

E o índio vai sumindo

Porque a sociedade, que se diz civil
Matou quase todos
Sobrando hoje, no Brasil, pouco mais de 500 mil
E o que restou vai sendo expulso, como se fosse natural
Tirar o filho da mãe
O transformando em marginal


Allan
Schvarsberg
 

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